Distopia Brasileira existe!
- Pedro Davi

- 6 de nov.
- 2 min de leitura
“Quadros Remanescentes: Tony e a Paralisia do futuro”, filme dirigido por Daniel Rubinger e Gustavo Ramos Ribeiro é um filme de comédia com um futuro distópico inusitado.
Nessa história acompanhamos o protagonista Tony, que é enviado do futuro para o passado a fim de impedir em 5 minutos que o Apocalipse aconteça. Este Apocalipse vislumbra o planeta Terra inteiro virando um fotofilme por conta de uma IA maligna.
A premissa do curta já é por si só engraçada: o fim do mundo ser causado por uma IA que vem de uma câmera Canon mal utilizada pelo diretor. A forma como somos introduzidos nesse mundo também rende boas risadas. A narração em voice over com o planeta terra girando e os flashbacks do acidente são bons de uma forma até sarcástica por assim dizer, tendo em vista que vemos geralmente essas técnicas em filmes norte-americanos, e nem sempre eles são de comédia.
Essa curiosa espécie de curto-circuito também se faz sentir no contraste entre os efeitos especiais e a trilha sonora. Os primeiros são toscos, e digo isso da melhor maneira possível. Enquanto a trilha sonora é tensa, criando uma atmosfera de fim de mundo.
O protagonista Tony, é a promessa para salvar o mundo, escolhido por sua conexão especial com o diretor que começou o apocalipse, o futuro da humanidade está em suas mãos. Porém, ele não tem nenhuma preparação para isso e chega a ser até atrapalhado em alguns momentos, como quando ele chega ao passado e fica calculando seu tempo restante ao invés de ir para a missão de uma vez. De qualquer forma, no fim de tudo Tony tem êxito na missão e consegue fazer o mundo voltar ao normal.
O fim do mundo ser culpa de uma inteligência artificial também é muito significativo. No período em que estamos, onde as IA’s estão tomando mais proporções a cada dia que passa, roubando empregos, e criando imagens realistas que podem ser usadas de formas nefastas, trazer esse ponto de vista em que o planeta terra irá acabar, congelar, é muito importante. Daniel e Gustavo usam o fotofilme como uma metáfora a uma sociedade “paralisada” que deixa de evoluir, e segue vivendo em frames por culpa da Inteligência Artificial.
Dito então, “Quadros Remanescentes: Tony e a Paralisia do futuro”, pode parecer apenas um filme “engraçadinho”, mas seu humor bem executado nos instiga a refletir sobre uma das questões mais presentes no mundo de hoje.



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